Livro Feliz Ano Velho — 1982 – Marcelo Rubens Paiva.
Feliz Ano Velho trata da experiência autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva, que relata o acidente que o deixou tetraplégico depois de um mergulho em um lago às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em 14 de dezembro de 1979.
Após bater acidentalmente com a cabeça no fundo do lago, ele perdeu os movimentos do corpo e foi transferido de um hospital a outro enfrentando médicos reticentes.
O livro mostra a dificuldade que muitas pessoas sofrem com essa situação e a força de vontade que um homem tem de ter para se inserir novamente na sociedade, enfrentando seus problemas e medos.
O autor tratou a sua situação de uma maneira realista e sem auto-piedade.
Mais ou menos assim: “Putz! Me quebrei inteiro, fui parar numa cadeira de rodas e estou dependendo da ajuda de amigos e familiares para reaprender a viver.
Êpa! Mas pêra aí… a vida continua! Tenho que dar o melhor de mim para me tornar cada vez menos dependente. Por isso, vou continuar brigando e lutando contra a vida, mas também desfrutando as coisas boas que essa mesma vida bandida – que me ferrou… me oferece”. Esta postura de Paiva conquistou os leitores que adoraram o livro. Sem dúvida alguma, Feliz Ano Velho fez a cabeça da juventude dos anos 80.
Ao mesmo tempo em que descreve detalhes de seu acidente e de sua recuperação, o autor recorda momentos tristes como quando seu pai desapareceu após ser preso político durante a ditadura militar.
Durante esse período de convalescença, Marcelo conta com carisma e sinceridade detalhes de sua infância e de sua juventude.
Desvela seus casos amorosos, retrata sua carreira musical. Jovem ativo, participava do quadro político da Universidade Estadual de Campinas, onde cursava engenharia agrícola.
Filho do deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, ele relata em um dos momentos mais aflitivos, como foi o dia em que seis militares invadiram a sua casa e levaram seu pai, que ele não mais voltaria a ver.
Feliz Ano Velho Foi um best-seller da década de 1980, principalmente por sua linguagem livre e coloquial. Essa obra teve várias adaptações para o teatro e gerou um filme em 1987.